quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Relatório da oficina 8 do Gestar II

Polo: Nova Marabá, São Félix e Morada Nova

Disciplina: Língua Portuguesa

Formadora: Cleuzeni Santiago da Silva

Data: 26 de novembro de 2009


No dia 26 de novembro de 2009, realizamos a oficina oito do Gestar II de Língua Portuguesa, encerrando os estudos do TP4 – Leitura e processos de escrita I, na Faculdade Metropolitana, localizada nas proximidades da Rodovia Transamazônica, na folha 35 – Nova Marabá. Na ocasião, contamos com a presença de cursistas do pólo Nova Marabá (6 escolas: EMEF. Rio Tocantins; EMEF. Salomé Carvalho; EMEF. Jonathas Pontes Athias; EMEF. Odílio da Rocha Maia; EMEF. Felipa Serrão Botelho; EMEF. Cisne Branco), São Félix (3 escolas: EMEF. Julieta Gomes Leitão; EMEF. Manoel Cordeiro Neto; EMEF. São Félix) e Morada Nova (1 escola: EMEF. Pedro Peres Fontenelle), totalizando vinte e cinco cursistas, pela manhã, e vinte e três, no turno da tarde (conforme frequência). Não contamos com a presença de nenhum cursista da EMEF. Nossa Senhora de Fátima e, no turno da tarde, também não participou nenhum cursista da EMEF. Jonathas Pontes Athias. A EMEF. Manoel Cordeiro Neto também está com baixa frequência, apenas a professora Tereza Catarina (agora no Pró-Jovem) participou neste encontro, em outras palavras, ninguém da escola participou. Até o momento, não recebi nenhuma justificativa para as faltas. Penso que precisamos, formadores(as) e coordenador administrativo, tomar alguma providência, pois a não participação de alguns cursistas ou a baixa frequência de outros vai refletir, de forma negativa, nos resultados do programa. Ressalto que temos comunicado o que vem ocorrendo nos encontros de formação a todos, bem como requerendo a participação de todos, via e-mail e documentos (ofícios), e não estamos obtendo resultados positivos. Também já fizemos levantamento da frequência (presenças e faltas) e repassamos ao coordenador administrativo, José Orlando Lima de Moraes, que disse que iria enviar documento às escolas para saber dos diretores o porquê das faltas de muitos cursistas. Até a presente data, não tenho conhecimento de que isto já tenha sido feito.

Antes de começar o relato do encontro, propriamente dito, gostaria ainda de registrar alguns incômodos quanto à logística. O local onde realizamos a oficina é bastante confortável e agradável, no entanto, passei por algumas situações desagradáveis, criadas, segundo uma pessoa da organização da Faculdade (acho que inspetora, não tenho certeza de sua função), a senhora Silvia, por falta de esclarecimento por parte da secretaria de algumas questões (por exemplo, almoço e coquetel, naquele local). De acordo com ela, essas questões precisavam estar especificadas no documento (ofício) enviado pela Secretaria de Educação à Faculdade. Depois de, digamos, “descascar o abacaxi” em mim (uma vez por telefone e outra pessoalmente), a senhora Silvia ainda ligou para a secretaria e fez o mesmo em Odeilda, servidora que trabalha na assessoria do gabinete. Penso que quando solicitarmos espaços naquela Faculdade temos de ter o máximo de cuidado para que as questões de logística fiquem bem claras, tendo em vista evitarmos alguns desconfortos desnecessários.

Feito tal registro, vamos ao relato do encontro. Iniciamos às oito horas e quinze minutos, após termos montado o equipamento (Data Show). Gostaria de registrar e agradecer a contribuição e gentileza do funcionário Felipe, que organizou o equipamento e o local para o nosso almoço. Como sempre, iniciei dando as boas vindas aos cursistas e explicando que estaríamos realizando a oficina oito, referente às unidades 15 e 16 do TP4. Na sequência, entreguei a pauta aos presentes, conversamos brevemente sobre o que íamos fazer durante o dia e chamei atenção para os encaminhamentos, que estavam no final da pauta: ler e responder as unidades 17 e 18 do TP5, incluindo o Ampliando nossas referências; realizar um Avançando na Prática e a Lição de Casa. Como atividade de abertura, passei para os cursistas uma mensagem “expressões idiomáticas”. Em seguida, como não havíamos socializado, na oficina anterior, as propostas de atividades de leitura do poema “Cidadezinha Qualquer”, de Carlos Drummond de Andrade, disse aos cursistas que iríamos fazer a socialização naquele momento. Perguntei aos presentes, se eles haviam lido as propostas que eu havia digitado e enviado a eles por e-mail, para que eles fizessem a apreciação e apontassem sugestões de melhoras, conforme combinado na oficina de outubro. Apenas umas duas pessoas disseram ter lido, mas não haviam feito nenhuma sugestão. Então, entreguei algumas cópias das propostas, elaboradas por eles, e disse que iríamos fazer a avaliação delas naquele momento. Assim, fomos avaliando cada proposta e fazendo os ajustes. Em algumas, as alterações foram, basicamente, as que eu havia feito. Este momento foi bastante significativo, pois discutimos e tomamos consciência de que precisamos muita atenção e cuidado ao elaborarmos perguntas aos nossos alunos, tendo em vista verificarmos se elas de fato contribuem para a compreensão dos textos e se estão claras, isto é, elaboradas de forma a permitir que os alunos compreendam o que pretendemos ou o que esperamos deles com tais perguntas. Verificamos que nas propostas continha perguntas confusas, muito vagas, outros que precisavam de alguns ajustes, complementos, esclarecimentos e outras ainda que nada contribuíam para a compreensão do poema, portanto, desnecessárias. Os cursistas manifestaram satisfação com a socialização e disseram que não refletiram melhor sobre algumas questões e muitos admitiram que nem releram o que planejaram, atitude semelhante a da maioria dos nossos alunos quando produzem seus textos. As propostas elaboradas pelos cursistas, as com as observações e alterações sugeridas por mim e também uma proposta organizada por mim e pela formadora Seane, a partir das propostas elaboradas pelos cursistas, estão anexados a este relatório.

Depois desta atividade, fizemos um breve intervalo e no retorno iniciamos as discussões das unidades 15 – Mergulho no texto e 16 – A produção textual – Crenças, teorias e fazeres do TP4. Da unidade 15 discutimos a respeito da importância da formulação adequada de perguntas e da análise pertinentes das respostas obtidas. Fizemos isto indo ao TP, lendo, observando as atividades que davam destaque para estas questões. Sobre a importância das perguntas destaco o fragmento abaixo:

“As perguntas são uma atividade essencial também quando lemos, ou quando ajudamos alguém a ler. Na realidade, só lemos porque temos algum tipo de indagação sobre certo assunto ou certo texto. Por isso mesmo, ajudar o aluno a interrogar-se sobre tal assunto ou tal texto é encaminhá-lo no sentido de ‘criar motivos’ para a leitura.” (TP4. p. 143)

Discutimos ainda e pontuamos (através de slides) os procedimentos para chegar à estrutura do texto (dentre eles: sublinhar a ideia ou ideias que parecem mais importantes em cada parágrafo; sintetizar a ideia de cada parágrafo; dar título a um texto; identificar os termos que estabelecem relação entre as ideias; escrever, resumidamente, o que compreendeu do texto; ordenar frases e/ou parágrafos de um texto de forma pertinente; reconhecer em um trecho dados impertinentes; terminar (dar continuidade) determinado texto.) e também os procedimentos para quando queremos ler para aprender (como estes: releituras do texto para uma “leitura compreensiva”: marcando partes relevantes; sublinhando palavras de sentido obscuro; sublinhando ideia ou ideias que parecem mais importantes em cada parágrafo; marcando termos que estabelecem relação entre as ideias; criando marcas que indiquem trechos não compreendidos, ou que considerou muito bom, ou discutível; relendo e/ou discutindo os trechos confusos ou não compreendidos com colegas; sintetizando a ideia de cada parte do texto; escrevendo a ideia principal do texto; resumindo o texto.)

Da unidade 16 discutimos sobre algumas crenças e teorias que influenciam de alguma maneira nossa prática no trabalho com a escrita. Dentre elas, refletimos a respeito de se o ato de criação depende de um dom ou não; se a escola influencia no desenvolvimento dos escritores e como ministramos nossas aulas de “redação”. Falamos que o ato de criação não é um dom, mas que existem pessoas com mais aptidões para desenvolver a escrita e que mesmo aquelas pessoas que não tiveram ou tiveram pouca escolaridade e se desenvolveram bem na escrita, certamente tiveram outras influências, incentivos, outras oportunidades para tal desenvolvimento que não a escola. Sobre se a escola influencia no desenvolvimento dos escritores, achamos que, às vezes, sim e, muitas outras, não. Mas refletimos que a questão a se discutir não deveria ser se a escola influencia ou não, mas que deve influenciar sim o desenvolvimento de escritores; não necessariamente para que todos os alunos se tornem escritores reconhecidos e renomados, mas para que escrevam para atender às necessidades das situações de interação social que exijam o uso da escrita. Alguns professores falaram sobre como ministram as aulas de “redação”. O professor Ribamar disse, em tom de brincadeira, que entrega um papel aos alunos e diz a eles que produzam um determinado texto. Algumas professoras disseram que realizam antes leituras de textos que discorram a respeito do assunto sobre o qual os alunos terão que produzir seus textos. Disseram que, às vezes, propõem pesquisas e depois solicitam a produção. Ninguém relatou que realiza atividades de planejamento da produção, que permitam aos alunos definirem os objetivos ou intenções, o gênero mais adequado, o interlocutor, o suporte, a linguagem adequada.

Discutimos ainda, brevemente, a respeito de quatro hipóteses que influenciam a pedagogia da escrita: a escrita é uma transcrição da fala; só se escreve utilizando a norma padrão; todo bom leitor é um bom escritor; na escola escreve-se para produzir textos narrativos, descritivos e dissertativos.

Pontuamos, em slides, algumas atividades de pré-escrita: oralidade (conhecimentos prévios); leitura; pesquisa sobre o assunto; entrevistas com pessoas; planejamento da produção (objetivos ou intenções, assunto, gênero mais adequado, interlocutor, suporte, linguagem adequada). E, por fim, acrescentei, também por meio de slides, que depois de realizadas as atividades de pré-escrita e o planejamento da produção, considerando as dimensões da situação sóciocomunicativa (consciência da audiência, relevância do conteúdo, sequência da informação, nível de formalidade, função da comunicação, formato do documento – gênero), realiza-se a atividade de escrita, propriamente dita e faz-se a revisão e edição do texto.

Gostaria de registrar duas falas que figuraram neste momento de socialização dos estudos das unidades e que julgo significativas e as considero como uma espécie de avaliação do programa. Uma é da professora Tereza Catarina que, ao destacar a importância do programa, disse que ele deveria ser ampliado para atender as outras áreas do conhecimento (as outras disciplinas). A outra é da coordenadora pedagógica da escola Pedro Peres, Nilda Ferreira. Ela, ao final das discussões pela manhã, fez uma reflexão interessante, na qual, destacando a relevância das discussões e das questões abordadas tanto no GESTAR II como noutras formações que já ocorreram no município (PROFA e GESTAR I), disse que estavam tão claros os procedimentos que devemos desenvolver em sala de aula para trabalhar a leitura e a produção textual que não compreendia em que estávamos “errando”, pois não conseguimos ver o resultado de nosso trabalho, como gostaríamos. Acredito que vários fatores (não vou aqui mencionar nenhum) interferem no resultado do nosso trabalho nas escolas. Portanto, não só a formação continuada interfere ou contribui para isto. Mas acredito que ela contribui e pode contribuir ainda mais para que possamos desenvolver um trabalho mais significativo e coerente com as diretrizes nacionais e municipais da educação. Penso que, às vezes, nos faltam vontade e empenho; em outras, coragem de ousar mais e, em tantas outras, nos faltam condições reais.

Assim, encerramos os estudos pela parte da manhã e fizemos o intervalo para o almoço.

À tarde, iniciamos com o relato das experiências com os avançando na prática. Neste momento, três professoras relataram suas experiências. A professora Tereza Catarina realizou o avançando na prática da página 131, que consiste na ordenação dos parágrafos do texto “Nossas cidades” (pág. 76 – TP4). Ela relatou que como trabalha com uma turma do PROJOVEM, que contem alunos desde a segunda série até a oitava incompleta, a maioria com muitos anos fora da sala de aula, sentiu que eles tiveram dificuldades em organizar os parágrafos do texto. Nenhum grupo organizou da mesma ordem que o texto original. Mas uma coisa interessante que percebi, olhando a amostra dos textos montados pelos alunos, foi que todos iniciaram pelo parágrafo introdutório. No entanto, nenhum finalizou com o parágrafo conclusivo. Mas, segundo a análise da professora, eles conseguiram compreender o texto, discutiram e relacionaram com a realidade local e, na avaliação dela, a ordem em que eles montaram o texto não dificultou sua compreensão, seu entendimento.

A professora Maria Edna da escola Rio Tocantins trabalhou o avançando da página 194. Ela fez um belo relato sobre o trabalho que desenvolveu com seus alunos. Ela disse que, além do trabalho com o texto apresentado no avançando, levou para a sala de aula várias revistas Ciência Hoje das crianças e realizou atividades em grupos em que os alunos puderam ler e discutir textos sobre o mesmo assunto. Levou também os alunos ao laboratório de informática, onde eles puderam fazer pesquisas sobre os animais em extinção. Disse que acessaram sites, nos quais os alunos puderam ver fotos de animais em extinção e conhecer mais sobre este assunto. No momento em que foi solicitar a produção aos alunos, disse a eles que eles não tinham visitado uma reserva florestal, mas que, como eles tinham pesquisado bastante, era para imaginarem como se estivessem ido a uma reserva e produzirem cartões postais para um amigo. Ela relatou que o gênero, cartão postal, era novidade para a maioria dos alunos. Segundo ela, por morarem na periferia, eles não conheciam este gênero. Então ela teve que realizar um trabalho para que eles conhecessem o gênero. Ela também participou da atividade, pois sobrou um aluno, então fez dupla com ele. Disse que foi uma atividade muito significativa, que os alunos se envolveram e gostaram bastante. Não sei se no relato por escrito ela colocou tudo que disse oralmente, pois ainda não recebi seu relatório, mas o relato que fez (oralmente) na oficina foi super interessante. Pena que ela disse não ter fotografado. A coordenadora pedagógica da escola também contribuiu no relato, dizendo que não tem acompanhado a realização das atividades como gostaria, indo às salas de aula, mas tem acompanhado perguntando, verificando e ouvindo dos professores o que e como eles têm trabalhado. Relatou a respeito de uma atividade de Matemática que um dos professores da escola realizou, dizendo que até alunos que não participam das aulas participaram, se envolveram e gostaram da atividade.

A professora Rosilene Rodrigues da escola Salomé Carvalho também relatou a respeito da atividade que realizou com seus alunos. Ela realizou o avançando das páginas 172 e 173. Relatou que foi uma experiência legal, que os alunos gostaram e conseguiram produzir boas histórias. Leu um dos textos dos alunos. Disse que as principais dificuldades que observou a partir das produções dizem respeito à acentuação e à pontuação.

Após os relatos conversei um pouco com os cursistas a respeito dos relatórios já entregues. Disse a eles que muitos não estão conseguido relatar seguindo as questões que sugerimos como orientação para a elaboração dos relatórios. Disse que têm alguns mais detalhados, e outros muito sucintos, que quase não dá para perceber como a atividade foi realizada e quais foram os resultados. Falei ainda que eles precisavam se esforçar um pouco mais, ter um pouco mais de cuidado ao escreverem, pois, às vezes, aparecem “erros” primários, que acredito ser por falta de atenção ou de uma releitura, com objetivo de revisar seus textos. Combinei com eles de que quem não me entregasse os relatórios, naquele dia, deveria entregar-me até o dia quatro de dezembro de 2009.

A coordenadora Nilda Ferreira voltou a sugerir que poderíamos escolher, de antemão, que escola socializaria a experiência com os avançando na prática na próxima oficina. Outra pessoa (não me recordo quem) sugeriu que poderia ser realizado um sorteio, na hora (na oficina), da escola que socializaria. Depois de uma pequena discussão, apresentando pros e contras, votamos e ficou acordado que será feito um sorteio para verificar qual escola irá socializar os avançandos, a cada encontro, na hora. Esclareci que isto não deveria ser visto como uma desobrigação das demais, ou seja, das que não forem sorteadas, que ela também devem fazer um bom trabalho e participar, na medida do possível, acrescentando algumas coisas que tenham sido diferentes em suas experiências. Disse também que uma escola sorteada em uma oficina, na próxima, fica de fora do sorteio, para evitar a repetição e permitir que outras participem.

Após a socialização dos avançando na prática, realizamos uma breve socialização dos resultados da Avaliação Diagnóstica de Entrada do GESTAR II. Poucos professores puderam falar, pois já estávamos com o tempo “estourado”. No geral, disseram que os resultados não foram tão bons, não foram o que gostariam de ver. Alguns relataram que houve alunos que não se esforçaram, não deram importância para a avaliação. Outros disseram que não foram eles que aplicaram as avaliações em todas as turmas, em função de algumas escolas terem determinado um único dia para a aplicação. Dentre outros motivos, estes foram alguns dos apresentados que possivelmente podem ter influenciado de forma negativa no resultado.

Antes da socialização, teve um momento de discussão, pois alguns cursistas ainda não tinham compreendido o que deveriam fazer com o resultado das avaliações, apesar de todas as orientações dadas, por mim, nas oficinas, via e-mail e também no ofício que foi entrega nas escolas por ocasião da entrega dos materiais (avaliações, gabaritos e descritores, folhas respostas, carta do MEC, ficha de correção). Alguns disseram que não tomaram conhecimento nem do ofício nem da carta do MEC. Então, disse que iria enviar, por e-mail, o ofício que enviamos para as escolas e a carta do MEC e dei as orientações, novamente, referente à como eles deveriam fazer o diagnóstico, o que eles tinham que fazer com o resultado. Entre essas questões, esclareci que o diagnóstico de todas as turmas é para ele professor, que o que havíamos pedido era para eles entregarem a nós (formadoras) o diagnóstico da turma que escolheram para fazerem os relatórios dos avançando na prática. Falei a todos, mas direcionei minha fala especialmente aos coordenadores, esclarecendo que quando forem realizar o planejamento ano que vem, provavelmente uma semana em janeiro, deverão levar e observar este diagnóstico. Disse às coordenadoras que se houverem mudanças de professores, que eles estão responsáveis por repassar aos que assumirem as turmas o diagnóstico e orientar o planejamento tendo em vista atender as necessidades apresentados pelos alunos. Ressaltei ainda a importância de eles levarem para os dias de planejamento todo o material do programa para já planejarem seguindo as orientações do programa e inserindo as atividades, dos avançando e das AAA’s. Li um fragmento do Guia Geral que versava sobre este diagnóstico de entrada e sobre o planejamento a partir dele.

Encerrada esta socialização, encaminhei a terceira etapa da oficina, esclarecendo aos cursistas que havíamos (equipe de formadoras) feito uma substituição da atividade, pois a proposta da oficina era muito extensa, demandaria muito tempo e também porque julgamos que eles, provavelmente, não teriam lido e respondido a última unidade do TP por completo. Assim, tínhamos resolvido desenvolver com eles uma das atividades de produção de textos desta última unidade. Li com eles a proposta da oficina, disse que era uma idéia boa e sugeri que eles a realizassem em um momento apropriado nas escolas (HP, dias de planejamento em janeiro, se possível). Concordaram com a minha sugestão. Então dei as orientações para que formassem grupos de até quatro pessoas. Passei nos grupos entregando as orientações digitadas e esclarecendo o que eles teriam que fazer. Os grupos deveriam:

  1. Abrir o TP4 na página 185 e ler o texto “Profetas do sertão miram horizonte para farejar chuva”.
  2. A partir da leitura do texto, escrever diferentes tipos de correspondências.

GRUPO A:

Imagine que você é um(a) dos(as) agricultores(as) presentes ao encontro e precisa mandar UM BILHETE urgente para casa, contando para os familiares as previsões do ano. Escreva o bilhete.

GRUPO B:

Imagine que a Fundação Cearense de Meteorologia esteja fazendo um levantamento dos agricultores interessados em receber informações diariamente, via rádio comunitária, sobre o tempo no sertão. Crie UM FORMULÁRIO que poderia ser utilizado nessa situação.

GRUPO C:

Imagine que você é um (a) repórter e vai enviar UM CARTÃO POSTAL para uma amiga. Faça seu cartão postal.

GRUPO D:

Imagine que você é um (a) repórter e vai enviar UM CARTÃO POSTAL para o seu chefe. Faça o seu cartão postal.

GRUPO E:

Imagine que você é um(a) repórter e precisará ficar mais alguns dias para completar a pesquisa. Escreva UM BREVE RELATO (para seu chefe) sobre o desenvolvimento de seu trabalho na reunião, pedindo para estender sua estadia. A correspondência poderia ser enviada por fax, carta ou e-mail.

GRUPO F:

Imagine que você é um(a) repórter e desde o primeiro dia em que chegou à cidade, você estaria reclamando no hotel de que o ar refrigerado não estava funcionando bem. Os funcionários informaram que o gerente estaria viajando, mas que chegaria de madrugada. Então escreva UMA CARTA para o gerente, explicando o defeito para que ele tome as providências necessárias.

GRUPO G:

Imagine que você é parente de um colega de um(a) jornalista de São Paulo e seu parente ligou pedindo que você acompanhasse o colega numa visita às belezas da região. Você não encontrou o (a) jornalista no hotel e resolveu deixar um recado com seu contato. Escreva o possível BILHETE.

3- Depois da produção, cada grupo faria comentários sobre as dimensões da situação sociocomunicativa, abaixo:

  • Consciência da audiência;
  • Relevância do conteúdo;
  • Seqüência da informação;
  • Nível de formalidade;
  • Função da comunicação;
  • Convenção (formato do documento).

O trabalho foi um pouco corrido, mas foi bastante interessante. Quando os grupos estavam apresentando suas produções, fizemos um breve intervalo para o coquetel de encerramento do ano. Depois retornamos para a sala e concluímos as apresentações. (Cópias das produções anexadas.)

Como havíamos feito uma avaliação, na oficina anterior, que englobava vários aspectos do programa e também como eu precisava retomar alguns pontos dela, não iria realizar outra avaliação nesta oficina. Havia colocado em slides as avaliações realizadas pelos grupos na referida oficina para discutir com eles algumas questões. Mas como tinha que desocupar a sala antes das dezoito horas, porque a faculdade precisava lavá-la para receber seus estudantes, à noite, não foi possível realizar como gostaria. Apenas destaquei, falando mesmo, algumas questões avaliadas por eles, como: o fato de que alguns avaliaram o material do programa de forma positiva (como se pode verificar no relatório da oficina sete) e outros avaliaram de forma negativa, inclusive com observações que não compreendi bem (que o material é fragmentado, que é tradicional como os livros didáticos, coisas desse tipo). Refletimos rapidamente sobre isto. Destaquei que precisamos ter mais clareza de algumas questões, como por exemplo, do que é tradicional; indaguei se todos os livros didáticos são tradicionais; se eles achavam que o material do programa tem a mesma estrutura e a mesma finalidade de um livro didático. Mas percebi que a maioria dos componentes dos grupos que fizeram estas colocações não estava presente. Os presentes que se manifestaram também disseram não compreender este tipo de avaliação e que achavam que uma coisa não tinha muita relação com a outra. Destaquei também algumas avaliações quanto ao espaço, pois, neste aspecto, as opiniões também divergiram, uns disseram que o espaço era agradável, confortável e outros que não era adequado, era apertado. Sobre isto uma cursista se manifestou, dizendo que ela (ou o grupo dela) havia dito que o local não era adequado, porque era um pouco apertado, se referiam ao espaço da biblioteca da UAB. Os demais cursistas disseram que o espaço era apropriado e uma professora disse que este aspecto (local) nem era tão relevante. Questionei também a respeito de alguns terem escrito que a formadora poderia usar “técnica ou dinâmicas de grupos” ou que o encontro poderia “ser mais dinâmico”. Disse que eu não havia compreendido de que tipo de dinâmicas eles estavam falando, se tinha a ver com a metodologia adotada nas oficinas. Uma cursista, Nilda Ferreira, disse que se referiam a dinâmicas de grupos para levantar o austral, para despertar, pois em alguns momentos eles sentiam sono. Outras questões foram apenas lembradas por mim, mas não tivemos tempo de discuti-las.

Para encerrar, entreguei uma lembrancinha aos presentes, expressei meus votos de um natal feliz a todos e agradeci a presença.

Marabá-PA, 08 de dezembro de 2009.

Cleuzeni Santiago da Silva

Professora-formadora de Língua Portuguesa do Gestar II

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