quinta-feira, 8 de abril de 2010

Relatório da oficina 1 do GESTAR II - TP1


Pólo: Nova Marabá, São Félix e Morada Nova
Disciplina: Língua Portuguesa
Formadora: Cleuzeni Santiago da Silva
Data: 26 de março de 2010

No dia 26 de março de 2010, iniciando os estudos do TP1 – Linguagem e Cultura, realizamos a oficina de número um do Gestar II de Língua Portuguesa, na Universidade Aberta do Brasil (UAB), localizada nas dependências da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) – Cidade Nova. Na ocasião, contamos com a presença de cursistas do pólo Nova Marabá, São Félix e Morada Nova, totalizando vinte e sete cursistas, pela manhã, e vinte e nove, no turno da tarde (conforme frequência). Da escola Nossa Senhora de Fátima, São Félix, participou nenhum cursista. O levantamento da frequência (presenças e faltas) já foi realizado e entregue ao coordenador do departamento.
Iniciamos às oito horas e vinte minutos, após termos montado o equipamento (Data Show). Dei as boas vindas aos cursistas e expliquei que estaríamos realizando a oficina um, referente às unidades 01 – Variantes linguísticas: dialetos e registros e 02 – Variantes linguísticas: desfazendo equívocos do TP1. Na sequência, entreguei a pauta aos presentes, conversamos brevemente sobre o que íamos fazer durante o dia e chamei atenção para os encaminhamentos, que estavam no final da pauta: ler e responder as unidades 03 e 04 do TP1, incluindo o Ampliando nossas referências; realizar um Avançando na Prática e a Lição de Casa das unidades 01 e 02 do TP1. Enquanto lia a pauta, fiz alguns esclarecimentos com relação às mudanças na metodologia das oficinas. Assim, esclareci que iríamos dividir a turma em grupos para estudo das seções das duas unidades e que cada grupo deveria ler e responder as questões mais pertinentes das seções e organizar uma exposição para a turma dos pontos mais relevantes. Disse que eles fariam este estudo até as 10 horas e, após o intervalo, fariam a socialização. Falei que a mudança se dava tendo em vista tornar a socialização dos estudos a distância mais participativa, visto que muitos por não estar lendo quase não participam dessa socialização. Mas, esclareci que os estudos no momento presencial não eram em substituição aos estudos a distância e que eles deveriam continuar realizando estes. Falei que em função dessas mudanças, não iríamos realizar a socialização dos relatos dos avançando na prática das unidades 01 e 02. Estes ficariam para o próximo encontro, pois, a partir de então, era assim que iria funcionar: o relato dos avançando serão realizados sempre no encontro seguinte, após terem discutido as unidades. Disse ainda a eles que o levantamento (ou contabilização) da carga a distância será feito com base na entrega dos trabalhos (relatórios e atividades dos avançando na prática, memorial, projeto, dentre outros) e apreciação destes pelo(a) formador(a).
Feito estes esclarecimentos, disse aos cursistas que iria passar um vídeo de Chico Bento e perguntei o que eles sabiam a respeito desse personagem e de seu criador, Maurício de Souza. Após algumas falas, passei o vídeo “Chico no Shopping” e, ao final, perguntei aos cursistas o que eles haviam achado do vídeo e conversamos sobre o que ele poderia ter a ver com os assuntos das unidades em estudo. Em seguida, pedi que a turma formasse cinco grupos e realizamos o sorteio das seções: o grupo I ficou com as seções 01 e 02 as unidade 01 (págs. 13 a 27); o grupo II com a seção 03 também da unidade 01 (págs. 28 a 41); o grupo III ficou com a seção 01 da unidade 02 (págs. 57 a 66); o grupo IV com a seção 02 da unidade 02 (págs. 67 a 77) e o grupo V ficou com a seção 03 também da unidade 02 (págs. 77 a 87). Após este momento, os grupos passaram ao estudo das seções.
Após o intervalo, os grupos socializaram os estudos das seções. No geral, os grupos conseguiram expor os pontos mais relevantes das seções. Alguns exploraram mais comentando textos, atividades. O grupo quatro fez uma dramatização do texto “Caso do vestido” e pontuou as principais questões da seção 2 da unidade 2. Após cada exposição, abríamos um breve espaço para comentários, perguntas, etc. dos demais cursistas. Também contribuí com algumas reflexões, especialmente na discussão da seção 1 da unidade 2, que tratava a respeito da “norma culta”. Questionamos o conceito de “norma culta”, o uso dos termos “língua culta” ou “norma culta”. Relembramos as discussões a respeito do conceito de cultura quando trabalhamos o TP3. Achamos que é um equívoco, para não dizer um absurdo, aceitar que exista uma variedade “culta”. É o mesmo que declarar que as demais variedades existentes são “incultas”. Se consideramos que todo grupo ou comunidade tem sua cultura, posto que cultura é tudo aquilo que construímos, nossas ações, pensamentos, costumes, tradições, valores, nossos modos de ser, de falar, etc., como justificar então que os modos de usar a língua diferentes da dita “norma culta” não sejam cultos?! Por acaso as outras variedades também não são “cultas”, não fazem parte daquilo que chamamos “cultura”?! Falamos a respeito de preconceitos linguístico e social e destacamos ainda que é praticamente impossível que alguém fale, a todo tempo, utilizando uma mesma variedade. Sendo assim, o que precisa se levar em conta é a adequação, é saber que todas as variedades cumprem funções sócio-comunicativas. Portanto, nenhuma é melhor ou pior do que as outras.
Encerramos a parte da manhã com a exposição do quinto grupo.
Na parte da tarde, iniciei perguntando aos cursistas se eles já haviam lido o livro Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno. Pelo menos uns três cursistas disseram ter lido. Então, comentei que este livro era uma boa sugestão para quem quisesse ampliar a leitura a respeito de algumas questões discutidas, como, por exemplo, aquelas relacionadas à variações linguísticas, a preconceitos, etc. Em seguida, passei uns slides contendo as “DEZ CISÕES para um ensino de língua não (ou menos) preconceituoso” do livro citado. Como sugestão também para ampliação de leitura, apresentei aos cursistas os livros Nada na língua é por acaso e A língua de Eulália: novela sociolinguística, também de Marcos Bagno e o de Stella M. Bortoni-Ricardo Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. Deixei-os circular pela sala e apresentei a bibliografia em slides:

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. São Paulo: Ed. Loyola. 2002.
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo:Contexto, 2008.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

Em seguida, passei para os cursistas o slide “Só nordestino entende”. Os cursistas gostaram e fizeram alguns comentários.
A partir de então, começamos a realizar a terceira etapa da oficina. Para o trabalho desta etapa, no intervalo do almoço, aproveitei a espalhei (afixei nas cadeiras) pela sala vários poemas de Carlos Drummond de Andrade, algumas fotos deste autor e sua biografia. Para iniciar, perguntei aos cursistas (meio de brincadeira) se eles conheciam um tal de Drummond. Todos disseram “já ter visto alguma coisa a respeito dele”. Então pedi que falassem o que sabiam sobre este autor, textos dele que conheciam, se lembravam de algum fragmento. Foi bem legal. Vários cursistas falaram sobre o autor, lembraram de textos dele (inclusive alguns que já trabalhamos na formação como “Cidadezinha Qualquer”, os textos das unidades que estudamos e discutimos pela manhã e outros “No meio do caminho tinha uma pedra”, “E agora José”, dentre outros), alguns recitaram fragmentos de poemas, etc. Após, disse que eles poderiam pegar os textos que estavam afixados nas cadeiras e solicitei que alguns lessem o texto por inteiro o apenas fragmentos. E assim foi. Dando continuidade, disse que eles iriam ouvir a leitura de outro texto de Drummond. Mas, antes, apresentei o título do texto “A outra senhora” e perguntei o que eles esperavam encontrar naquele texto; o que o título sugeria. Uns falaram que seria uma história que teria como personagem uma amante (que seria a outra senhora), dentre outras. Em seguida, dei a informação apresentada no início da crônica “A garotinha fez esta redação no ginásio” e perguntei que expectativas eles tinham com relação à linguagem do texto. Disseram que provavelmente o texto estivesse escrito em linguagem informal. Então, pedi que abrissem o TP na página 169 para acompanharem a leitura do texto que foi realizada por mim. Ao final, tecemos comentários a respeito das expectativas com relação ao texto e à linguagem, verificando se elas tinham se confirmado ou não.
Após este momento prévio e a leitura do texto, orientei os cursistas a formarem grupos de no máximo quatro pessoas para discutirem e responderem as questões das páginas 170 e 171.
Enquanto os cursistas realizavam esta atividade, passei em alguns grupos discutindo e tirando algumas dúvidas com relação a algumas questões. Quando se aproximava das dezesseis horas (mais ou menos quinze e cinquenta), um grupo de cursistas pediu que eu cedesse um espaço de tempo para eles conversarem com os demais e decidirem se iriam para a assembléia dos sindicatos que estava acontecendo no auditório da Secretaria Municipal de Saúde. Conversaram e decidiram que iriam por em votação: se a maioria fosse favorável a irem, todos iriam; se a maioria não fosse favorável, continuaríamos a oficina e iria quem quisesse. A maioria votou a favor. Então, acordamos que eles iriam terminar a atividade que estavam respondendo nos grupos a distância (individualmente ou coletivamente nas escolas) e no próximo encontro socializaríamos, bem como realizaríamos a avaliação. Quanto aos projetos disse que eles iriam fazendo a distância e se precisassem de orientações poderiam solicitar acompanhamento que agendaríamos e iríamos até a escola ou eles também poderiam nos procurar na secretaria. Alguns cursistas que já estavam com seus projetos prontos ou “bem encaminhados” me entregaram e fiquei de lê-los e dar um retorno. Passei a frequência e encerramos às dezesseis horas.

Marabá-PA, 08 de abril de 2010.

Cleuzeni Santiago da Silva
Professora-formadora de Língua Portuguesa do Gestar II

2 comentários:

Coisas miúdas ou graúdas disse...

Olá professora da rede municipal :)


Minha cara professora, você não é "uma professora da rede municipal" como diz lá no seu perfil...

Você é "A" professora, entendeu? Um A bem grande e eficiente, uma A de gente que realmente trabalha na profissão que escolheu!

Já estou longe... mas sinto que a proximidade criada tem que ser alimentada!


Um grande abraço, professora, um grande abraço.

Cleuzeni-formação-Marabá disse...

Olá, PROFESSORA! Um "A" para você também!!!

Que bom você estar alimentando o que construimos! Fico muito feliz e espero que não suma!
Sinto saudades!

Obrigada pelo comentário e UM GRANDE ABRAÇO!

Cleuzeni

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